Capítulo 22

- Ér... O que você tá fazendo aqui ? - Meu pai falava com a pessoa na porta, e eu insistia o chamando.
- PAI, quem é ? - Ele não me respondia, apenas escutava a pessoa.
- Olha, eu vim aqui pedir desculpas, eu não queria ter feito aquilo... Eu estou internado, estou vendo que fiz coisa errada, por favor, deixe-me entrar...
- Você só vai fazer minha filha sofrer mais do que ela está sofrendo.
- Não, por favor. Eu só vim conversar, e se nada disso adiantar, eu sumo da vida de todos... Por favor...
- Ok, mas se acontecer alguma coisa, você vai se arrepender...
- Muito obrigado...
   Fiquei perplexa quando vi quem era. O Mateus estava lá, na minha frente e na frente do Luan. Percebi que o Luan estava quase tremendo, ficando vermelho, sua mão estava fechada, então eu falei:
- Luan, acalme-se.
- Ele quase tirou a sua vida.
- Mas foi porque eu quis Luan.
- Mas ele não devia ter feito isso. Ou ele ia me matar, ou te matar.
- Para Luan, deixa ele falar... - Olhei para ele com um cara mais ou menos assim: 'Fica quieto'. O Luan fez o que eu pedia, mas se sentou do meu lado. Passou seu braço sobre mim.
- Luan, não precisa disso. Ele não vai fazer nada, estamos em um hospital.
- É melhor prevenir. Estamos lidando com um psicopata. - Ouvindo isso o Mateus abaixou a cabeça.
- Ok Luan, já chega. O que você quer Mateus ?
- Eu vim pedir desculpas.
- Então você acha que é assim ? Quase mata a pessoa que eu mais amo na vida, e acha que pedindo uma simples desculpa, vai reverter tudo o que aconteceu e vai ficar tudo numa boa ? - O Luan disse nervoso.
- CHEGA LUAN, FECHA ESSA BOCA. DEIXA EU FALAR COM ELE, OU ENTÃO SAI DO QUARTO. - Eu disse brava.
- Ok. Vou me controlar.
- Então Thaís, eu quero que você me desculpe. Eu não sei porque fiz aquilo, eu estava louco. Eu sou completamente apaixonado por você, e você sabe disso. Mas agora eu vejo, que não posso competir com ele. - O Mateus disse olhando para o Luan, e o Luan retribuiu com um sorrisinho irônico. - Eu estou internado, e estou começando a enchergar as coisas com clareza. Me desculpe, eu sou mesmo um psicopata, e juro que não queria que fosse assim. Me desculpe, de verdade. - Ele disse com os olhos baixos.
- Ok Mateus, tudo bem. Mas não faça isso denovo, por favor.
- Eu não farei. Nunca mais aparecerei na sua vida. Era só isso. Obrigado por me ouvir e me desculpar de alguma forma. Até qualquer dia talvez. - Ele disse saindo, e eu apenas o olhava. Foi quando então o Luan disse:
- Eu tenho uma surpresa pra você. - Falou sorrindo, radiante.
- O que é ?
- Vou buscar. Fica aqui quietinha. - Ele disse me dando um selinho em minha testa.